Para desenvolver fragrâncias inovadoras, é preciso explorar constantemente a arte e a ciência que envolve a criação de perfumes – novas técnicas disponíveis, além de novas moléculas. Uma visão diferente ou uma nova descoberta poderá ser capaz de mudar o caminho da perfumaria atual.
Hoje escolhemos falar de duas técnicas disponíveis na perfumaria, a primeira delas é o headspace que ampliou as possibilidades olfativas ao ser capaz de captar os odores liberados por uma planta, mesmo em pequenos traços, sem precisar colhe-la como fazem outras técnicas extrativas clássicas. O perfumista, então, é capaz de recriar esse odor. O headspace permite também a recriação de odores de ambientes, como floriculturas, praias, confeitarias, ou de qualquer substrato que exale um odor, como uma torta de maçã quentinha ou um vinho, por exemplo.
Há mais de uma técnica com headspace. No método mais conhecido, o equipamento possui um vidro que envolve a flor (ou a madeira, as frutas…) e o ar ao seu redor, criando um vácuo que consegue capturar e registrar os elementos voláteis presentes, sem causar danos ao material de estudo. Esses elementos voláteis são condensados em temperatura mais baixa, formando um concentrado perfumado.
Odores de frutas, bebidas, buquês florais, até do ambiente de um lugar memorável… Assim como o aroma da fruta maninka, presente no perfume Boss The Scent (Hugo Boss, 2015), capturado por headspace pela IFF na África do Sul.
Fotos: cientista Roman Kaiser – Givaudan e o headspace (esquerda). The Scent, Hugo Boss, 2015 (direita).
Já na técnica mais moderna, a Micro-Extração em Fase Sólida (HS-SPME), uma agulha retrátil com um polímero na ponta capta as moléculas aromáticas no ar. Entre outros benefícios, a versão mais moderna permite maior flexibilidade na coleta durante as expedições ao redor do mundo, pela delicadeza e leveza do equipamento e fidelidade na análise.
Outra técnica que traz novas perspectivas à paleta dos perfumistas é a codestilação. É a destilação de duas plantas ao mesmo tempo, gerando um óleo essencial de características e odor único. Essa forma simultânea de extração deixou o processo de destilação mais interessante, produzindo óleos de nuances e detalhes diferentes.
Muitas codestilações são feitas usando materiais vegetais que são, de alguma forma, parecidos entre si, como rosas, gerânios e as madeiras resinosas de cedro e pinho.
O grande encanto de Girl of Now, de Elie Saab, é a Ormond flower, ingrediente criado através de uma codestilação de absoluto de flor de laranjeira e amêndoas amargas, por Sophie Labbé e Dominique Roppion, perfumistas da IFF.
Quer mais saber mais sobre o mundo da perfumaria? Fique de olho nas nossas postagens aqui do blog.
Até a próxima!