Costumo dizer aos alunos da Paralela Escola Olfativa que aprender perfumaria é como aprender um novo idioma ou instrumento musical, existe a gramática, as partituras, a necessidade de treino e prática, para depois poder improvisar e ”brincar” com domínio, segurança e fluidez.
Aqui neste artigo abordo justamente conceitos desse primeiro momento mais “gramatical” da perfumaria, esclarecendo os quatro termos fundamentais no processo de “alfabetização” desse segmento.
Já que relacionei ao instrumento musical, também vou começar por um termo que esses universos compartilham: notas!
Uma nota é simplesmente um sinônimo para um ingrediente ou matéria-prima da perfumaria, que são a base da composição de qualquer fragrância. Por exemplo, posso dizer que uma nota é amadeirada e detalhar mais uma camada especificando que é uma nota amadeirada de sândalo. Ou que uma nota é floral, e detalhar que é uma nota de rosa.
No entanto, essa mesma matéria-prima pode apresentar diferentes aspectos, nuances, ou seja, facetas. Retomando o exemplo da própria nota de rosa: ela pode apresentar uma faceta floral, verde e/ou chá, dependendo do tipo de rosa usado ou do efeito rosa que o perfumista quis dar ao perfume. Aqui é comum você encontrar a expressão fragrância facetada, quando um floral rosa transmite todas essas sensações ao mesmo tempo.
Usando mais uma vez do universo musical para ilustrar: Quando usamos duas ou mais notas (ingredientes/matérias-primas) para criar uma nova harmonia , o resultado é um acorde.
Um acorde cítrico pode ser obtido pela fusão de notas de limão siciliano, bergamota e lima, por exemplo. Pensando em acorde como o imperativo do verbo “acordar”, essa fusão “acorda”, desperta uma nova sensação olfativa.
A gramática da perfumaria tem sua poesia, não?
Se a união de duas ou mais notas pode resultar em um acorde, são infinitas as possibilidades criativas dos perfumistas na criação de perfumes.
Além dessa liberdade de criarem acordes simples, existem também aqueles acordes considerados clássicos e fundamentais, reconhecidos na perfumaria mundial por sua contribuição criativa e histórica, com estrutura bem definida. São eles os acordes: chipre, oriental, ambarado e fougère, que, aliás, estão detalhados de forma bastante didática nesse artigo da Paralela Escola Olfativa.
Para fechar esse quarteto de termos fundamentais, temos as Famílias Olfativas, designada pela característica dominante que é o tema de uma fragrância.
O nome é bastante auto explicativo: perfumes com características semelhantes entre si pertencem a uma mesma família olfativa, que na nossa escola são sete: cítrica, floral, aromática, amadeirada, oriental, fougère e chipre.
Para ilustrar, trago alguns exemplos:
É claro que mesmo se familiarizando aos termos, o passo adiante desse processo exige memorizar elementos desse universo tão intangível dos cheiros… Por isso, metodologias e ferramentas que guiam esse processo de aprendizado e memorização são fundamentais.
A Genealogia Olfativa e o Método Jean Carles, são respectivamente, uma ferramenta e uma metodologia amplamente reconhecidas por sua eficácia em categorizar, aumentar a memória e o vocabulário olfativo.
Não à toa, desde a fundação da Paralela Escola Olfativa, adotamos essas e outras ferramentas e metodologias francesas, da escola parceira Cinquième Sens em nosso sistema de ensino.
Se você é entusiasta desse universo, aqui vai a minha Dica de Expert: leia os materiais aqui relacionados para começar a assimilar e integrar esses conhecimentos. E claro, não hesite em entrar em contato comigo. Será um prazer te apresentar as possibilidades de estudos nessa área tão efervescente
Cheirosamente,
Alê Tucci
Fundadora Paralela Escola Olfativa